Queridos amigos e amigas, fizemos esse blog no intuito de permitir a todos aqueles que o acessarem, que tenham uma mensagem de fé, esperança, sabedoria, discernimento e amor, que possa assim, levá-los a refletir sobre suas vidas e de suas famílias e dessa forma cresça em cada um, a esperança de mudança para uma vida melhor e mais feliz.
Pedimos a Deus, que através do Seu Divino Espírito Santo, ilumine a cada um de vocês e dessa forma cada mensagem aqui, se torne útil e eficaz.


Fiquem com Deus !

Do amigo,
José Vicente Ucha Campos

jvucampos@gmail.com

Vale ressaltar que as mensagens aqui postadas são de divulgação corrente na internet e que em sua grande maioria não consegui identificar seus autores.
Aos amigos(as) que quiserem colaborar conosco nos enviando mensagens para que possamos colocá-las no blog e assim permitir que todos possam partilhar desses momentos mágicos de reflexão, nós agradecemos.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

QUANDO ME TORNEI INVISÍVEL

Já não sei em que data estamos, lá em casa não há calendários e na minha memória as datas estão todas misturadas. Recordo-me daquelas folhinhas grandes, uns primores, ilustradas com imagens de santos que colocávamos do lado da penteadeira.
Já não há nada disso. Todas as coisas antigas, foram desaparecendo, e sem que ninguém desse conta, eu me fui apagando também.
Primeiro, me trocaram de quarto, pois a família cresceu. Depois, me passaram para outro menor ainda, com a companhia das minhas bisnetas. Agora, ocupo um desvão que está no pátio de trás.
Prometeram trocar o vidro quebrado da janela, porém se esqueceram e todas as noites por ali circula um ar gelado que aumenta minhas dores reumáticas. Mas tudo bem...
Desde muito tempo tinha intenção de escrever, porém passava semanas procurando um lápis e quando o encontrava, eu mesma voltava a esquecer onde o tinha posto.
Na minha idade as coisas se perdem facilmente. (...) Noutra tarde, dei-me conta que minha voz também tinha desaparecido.
Quando eu falo com meus netos ou com meus filhos, não me respondem. Todos falam sem me olhar, como se eu não estivesse com eles, escutando alerta o que dizem. Às vezes, intervenho na conversação, segura de que o que vou lhes dizer (...) vai ser de grande utilidade.
Porém, não me ouvem, não me olham, não me respondem. Então, cheia de tristeza, me retiro para o meu quarto e vou beber minha xícara de café. E faço assim de propósito para que compreendam que estou aborrecida, para que se dêem conta que me entristecem, e venham buscar-me e me peçam perdão... Porém, ninguém vem...
Quando meu genro ficou doente, pensei ter a oportunidade de ser-lhe útil, lhe levei um chá especial que eu mesma preparei. Coloquei-o na mesinha e me sentei a esperar que tomasse, mas ele estava vendo televisão, e nem um só movimento me indicou que se dera conta da minha presença. O chá pouco a pouco foi esfriando e junto com ele, meu coração.
Então, noutro dia lhes disse que quando eu morresse todos iriam se arrepender. Meu neto menor disse: "Ainda estás viva vovó?", eles acharam tanta graça. (...)
Três dias estive chorando no meu quarto até que numa manhã entrou um dos rapazes para retirar umas rodas velhas e nem um "bom dia" me deu.
Foi então quando me convenci de que sou invisível... parei no meio da sala para ver se, me tornando um estorvo, me olhavam, porém, minha filha segui varrendo sem me tocar, os meninos correram em minha volta de um lado para o outro sem tropeçar em mim.
Um dia, vi os meninos agitados e vieram me dizer que no dia seguinte nós iríamos todos passar um dia no campo. Fiquei muito contente, fazia tanto tempo que eu não saía e mais ainda, ia ao campo!
No sábado, fui a primeira a levantar-me. Quis arrumar as coisas com calma, nós, os velhos, tardamos muito em fazer qualquer coisa, assim, adiantei meu tempo para não atrasá-los.
Rápido, entravam e saíam de casa correndo e levavam as bolsas e brinquedos para o carro.
Eu já estava pronta e muito alegre, permaneci no saguão a esperá-los. Quando me dei conta, eles já tinham partido e o carro desapareceu envolto em algazarra, compreendi que eu não estava convidada, talvez porque não coubesse no carro ou porque meus passos são lentos impediriam que todos os demais caminhassem a seu gosto pelo bosque. Senti claro como meu coração se encolheu e a minha face ficou tremendo como quando a gente tem que engolir a vontade de chorar.
Eu os entendo, eles vivem o mundo deles. Riem, gritam, sonham, choram, se abraçam, se beijam e eu, já nem sinto mais o gosto de um beijo. Antes beijava beijava os pequeninos, era um prazer enorme, tê-los em meus braços como se fossem meus. Sentia (...) sua respiração doce bem perto de mim(...).
Porém, um dia, minha neta Laura que acabara de ter um bebê disse que não era bom que os anciãos beijassem os bebês, por questões de saúde...
Desde então, já não me aproximo deles, não quero lhes passar algo mau por minhas imprudências. Tenho tanto medo de contagiá-los, eu os bendigo a todos e os perdôo porque que culpa têm os pobres de que eu tenha me tornado invisível?
Mensagem retirada do Blog: http://antoniojosesa.blogspot.com/
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