Certa vez, em sua
oração antes de dormir, o pequeno Joãozinho pediu a Deus uma
flor e uma borboleta. Ele as queria para dar de presente à mãe, que era
apaixonada por jardins.
O pai
do menino ouviu-o rezando e resolveu dar uma mãozinha a Deus. No dia seguinte,
ele disse ao filho que Deus tinha atendido a sua prece e que o pedido tinha
sido entregue nos fundos do quintal.
Joãozinho
correu entusiasmado, mas ficou frustrado ao encontrar um cacto e uma lagarta.
Triste,
ele achou que o pedido tinha sido trocado, devido a algum engano dos anjos
entregadores.
O pai conversou
com o filho para não o deixar desanimar-se: “Bom, filho, Ele deve ter tanta
gente para atender... Mas vamos esperar, porque Ele sempre sabe a hora certa de
atender os nossos pedidos!”.
Passados
alguns dias, o pai lembrou Joãozinho do assunto. O menino, com a curiosidade
despertada, foi verificar como estavam aqueles dois estranhos presentes, que
tinham ficado esquecidos num canto do quintal.
E qual
não foi a sua surpresa ao ver que, daquele cacto espinhoso e feio, havia
nascido a mais bela de todas as flores que ele já tinha visto na vida! E a
lagarta, antes repugnante, agora estava transformada em uma linda borboleta
azul!
Foi só
depois de vários anos que, num almoço em família, o pai de João lhe contou que
tinha sido ele o realizador do pedido.
E o
jovem João respondeu: "Eu sei, papai. Eu vi você me ouvindo rezar e
percebi que foi você quem comprou o cacto e a lagarta. Eu só não entendi o
motivo naquela época. Só mais tarde é que percebi o que você pretendia que eu
aprendesse".
O pai
completou: "Pois é, meu filho... Eu queria que você aprendesse que é assim que
Deus atende os nossos pedidos: de um jeito que nem sempre entendemos logo de
cara. Mas que, por trás de coisas e acontecimentos tantas vezes estranhos, Ele
está nos dando exatamente aquilo de que precisamos".
João
foi além: "Sim, essa foi a primeira parte da lição".
O pai
arregalou os olhos: "E tem outra parte?".
"É
claro que tem, papai! E é a parte mais importante: Deus não
apenas atende os nossos pedidos de um jeito que nem sempre entendemos logo de
cara, mas também os atende sempre por intermédio de outras pessoas! Ele só
precisa que as pessoas saibam e queiram prestar-se a ajudá-lo, do jeito que
você fez. Obrigado, meu velho!".