Era tudo o que ele queria na vida. Pediu, pediu, tanto fez, que um belo dia eis que conseguiu. Ficou muito feliz com o par de patins, não desgrudava dele um minuto.
Era dia e noite, o menino e o patins.
Só que no primeiro tombo, no primeiro arranhão, ele ficou com medo de estragar os patins e resolveu guardá-los.
O par de patins ainda era a coisa que ele mais queria. O que ele mais gostava de fazer era estar com eles.
Mas ele preferiu apenas ficar olhando e não usar mais para não estragar.
O tempo foi passando e o patins guardados.
Passaram-se anos e o garoto esqueceu os patins.
Então, em um belo dia, ele se lembra, sente saudades e resolve recuperar o tempo perdido. Vai até o armário, revira tudo e finalmente encontra os patins. Corre para calçá-los e aí tem uma terrível surpresa.
Os patins não cabem mais nos seus pés.
O menino, acometido de profunda tristeza, chora e lamenta os anos perdidos e que não vai mais poder recuperar.
Poderia sim comprar outro par, mas nunca seriam iguais aqueles.
Comentário:
Assim como o menino da história, são as pessoas. Guardam sentimentos, com medo de vivê-los, de se machucarem e depois, quando resolvem retomar estes sentimentos, muitas vezes eles já passaram de suas melhores fases.
Aquele par de patins era muito especial para o menino, eram patins únicos, por mais que comprasse outros não iriam ser iguais.
Deixe as besteiras de lado, as brigas, os ressentimentos e viva o amor hoje. O que importa é o presente...é ser feliz.
Não guarde os patins, talvez hoje ainda haja tempo; amanhã pode ser tarde demais. E se o tempo passou, não fique triste, porque, antes tarde do que nunca.