Queridos amigos e amigas, fizemos esse blog no intuito de permitir a todos aqueles que o acessarem, que tenham uma mensagem de fé, esperança, sabedoria, discernimento e amor, que possa assim, levá-los a refletir sobre suas vidas e de suas famílias e dessa forma cresça em cada um, a esperança de mudança para uma vida melhor e mais feliz.
Pedimos a Deus, que através do Seu Divino Espírito Santo, ilumine a cada um de vocês e dessa forma cada mensagem aqui, se torne útil e eficaz.


Fiquem com Deus !

Do amigo,
José Vicente Ucha Campos

jvucampos@gmail.com

Vale ressaltar que as mensagens aqui postadas são de divulgação corrente na internet e que em sua grande maioria não consegui identificar seus autores.
Aos amigos(as) que quiserem colaborar conosco nos enviando mensagens para que possamos colocá-las no blog e assim permitir que todos possam partilhar desses momentos mágicos de reflexão, nós agradecemos.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O BARBEIRO

Um homem foi ao barbeiro. E enquanto tinha seus cabelos cortados, conversava com ele.
Falavam dos últimos acontecimentos, da vida e em certo momento começaram a falar de Deus.
Daí a pouco, o barbeiro, incrédulo, não aguentou e falou:
- "Você fica falando de Deus, meu caro, mas, Deus não existe!"
- "Por que você está falando isso?" Perguntou o homem ao barbeiro.
- "Ora, se Deus existisse não haveria tantos miseráveis passando fome. Olhe em volta de você, veja quanta tristeza, quanta violência... É só andar pelas ruas e enxergar!"
- "Bem, esta é a sua maneira de pensar, não é? Eu não penso assim!" Retrucou o homem.
- "Sim, claro!"
Mas enquanto estava falando, o freguês olhou para fora da barbearia e avistou um maltrapilho imundo, com longos e feios cabelos, todos emaranhados. Barba desgranhada e suja, abaixo do pescoço.
O homem então, não aguentou e interpelou o barbeiro:
- "Sabe de uma coisa? Assim como você não acredita em Deus, eu não acredito em barbeiros!"
O barbeiro retrucou: - "Como assim?"
- "Se existissem barbeiros, não haveria pessoas de cabelos e barbas compridas ou mal feitas!"
- "Ora," retrucou o barbeiro, "Eles estão assim por que querem. Se desejassem mudar, viriam até mim!"
- "Agora você entendeu sobre a existência de Deus!" Respondeu o homem!"
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Comentário do Blog:
É muito fácil colocar a culpa dos nossos próprios erros em Deus. Afinal, Ele não se defende, não fala nada e assume tudo em silêncio.
Mas, se ao invés disso, parássemos para pensar mais em nossas próprias vidas, em nas nossas atitudes, nos nossos erros; derepente, as coisas ficaríam melhores para nós mesmos.
Deus nos mostra o caminho a seguir. Mas quem tem que caminhar por esse caminho, somos nós, com nossos próprios pés.
Ele jamais nos obrigará a seguir por onde não quisermos ir. E isso não significa que a culpa pelos nossos tropeços seja Dele. Afinal, nós é que optamos em pegar atalhos que nos levam a desviar muito do caminho correto e bom.

domingo, 26 de dezembro de 2010

QUE É O NATAL ?

Eu, menino, sentado na calçada, sob um sol escaldante, observava a movimentação das pessoas em volta, e tentava compreender o que estava acontecendo.
Que é o Natal? Perguntava-me, em silêncio.
Eu, menino, ouvira falar que aquele era o dia em que Papai Noel, em seu trenó puxado por renas, cruzava os céus distribuindo brinquedos a todas as crianças.
E por que então, eu, que passo a madrugada ao relento nunca vi o trenó voador? Onde estão os meus presentes? Perguntava-me.
E eu, menino, imaginava que o Natal não deveria ser isso.
Talvez fosse um dia especial, em que as pessoas abraçassem seus familiares e fossem mais amigas umas das outras.
Ou talvez fosse o dia da fraternidade e do perdão.
Mas então por que eu, sentado no meio-fio, não recebo sequer um sorriso? Perguntava-me, com tristeza. E por que a polícia trabalha no Natal?
E eu, menino, entendia que não devia ser assim...
Imaginava que talvez o Natal fosse um dia mágico porque as pessoas enchem as igrejas em busca de Deus.
Mas por que, então, não saem de lá tão melhores do que entraram?
Debatia-me, na ânsia de compreender essa ocasião diferente.
Via risos, mas eram gargalhadas que escondiam tristezas, amarguras e sofrimentos...
E eu, menino, mergulhado em tão profundas reflexões, vi aproximar-se um homem...
Era um belo homem...
Não era gordo nem magro, nem alto nem baixo, nem branco, nem preto, nem pardo, nem amarelo ou vermelho.
Era apenas um homem com olhos cor de ternura e um sorriso em forma de carinho que, numa voz em tom de afago, saudou-me:
Olá, menino!
Oi!... respondi, meio tímido.
E, com grande admiração, vi-o acomodar-se a meu lado, na calçada, sob o sol escaldante.
Eu, menino, aceitei-o como amigo, num olhar. E atirei-lhe a pergunta que me inquietava e entristecia:
Que é o Natal?
Ele, sorrindo ainda mais, respondeu-me, sereno:
Meu aniversário.
Como assim? Perguntei, percebendo que ele estava sozinho.
Por que você não está em casa? Onde estão os seus familiares?
E ele me disse: Esta é a minha família, apontando para aquelas pessoas que andavam apressadas.
E eu, menino, não compreendi.
Você também faz parte da minha família... Acrescentou, aumentando a confusão na minha cabeça de menino.
Não conheço você! eu disse.
É porque nunca lhe falaram de mim. Mas eu o conheço. E o amo...
Tremi de emoção com aquelas palavras, na minha fragilidade de menino.
Você deve estar triste, comentei. Porque está sozinho, justo no dia do próprio aniversário...
Neste momento, estou com você! Respondeu-me, com um sorriso.
E conversamos...uma conversa de poucas palavras, muito silêncio, muitos olhares e um grande sentimento, naquela prece que fazia arder o coração e a própria alma.
A noite chegou... E as primeiras estrelas surgiram no céu.
E conversamos... Eu, menino, e ele.
E ele me falava, e eu O entendia. E eu O sentia. E eu O amava...
Eu, menino: sou as cordas. Ele: o artista. E entre nós dois se fez a melodia!...
E eu, menino, sorri...
Quando a madrugada chegou e, enquanto piscavam as luzes que iluminavam as casas, Ele se ergueu e eu adivinhei que era a despedida. E eu suspirava, de alma renovada.
Abracei-O pela cintura, e lhe disse: Feliz aniversário!
Ele ergueu-me no ar, com Seus braços fortes, tão fortes quanto a paz, e disse-me:
Presenteie-me compartilhando este abraço com a minha família, que também é sua... Ame-os com respeito. Respeite-os com ternura, com carinho e amizade. E tenha um feliz Natal!
E porque eu não queria vê-lo ir-se embora, saí correndo em disparada pela rua. Abandonei-O, levando-O para sempre no mais íntimo do coração...
E saí em busca de braços que aceitassem os meus...
E eu, menino, nunca mais O vi. Mas fiquei com a certeza de que Ele sempre está comigo, e não apenas nas noites de Natal...
E eu, menino, sorri... pois agora eu sei que Ele é Jesus... E é por causa Dele que existe o Natal.
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Comentário do Blog:
Sem comentários.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O PRÍNCIPE CHINÊS

Conta-se que, por volta do ano 250 a.C., na China antiga, um príncipe estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta.
Então, anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançar-lhes-ia um desafio.
Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.
Mas, ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração. E disse-lhe:
- Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire essa idéia da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.
E a filha respondeu:
- Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca. Eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é a minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, e isso já me torna
feliz.
Chegou, então, a grande data. À noite, a jovem dirige-se ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio:
- Darei a cada uma de vocês uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos, etc.
O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura da sua semente, pois sabia que, se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado.
Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas, cada vez mais profundo o seu amor.
Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação, a moça comunicou a sua mãe que, independente das circunstâncias, retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
Na hora marcada, lá estava ela, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada qual, porém, com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena.
Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado, indicando a pobre e bela jovem como sua futura esposa.
As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente, o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz: a flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.
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Comentário:
Se, para vencer, estiver em jogo a sua honestidade, perca.
Pois só assim você será sempre um vencedor.

O LÁPIS

A história do lápis:
O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou:
- Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? E por acaso, é uma história sobre mim?
A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
- Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.
O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.
- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
- Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo.
- "Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade".
"Segunda qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor."
"Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos de errado não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça".
"Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você."
"Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços e marcas, então, procure ser consciente de cada ação sua".
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Comentário do Blog:
Viver a nossa vida segundo os desejos e as orientações de Deus, nos faz caminhar por caminhos retos e na certeza que chegaremos à Terra Prometida.
Essa caminhada, no entanto, não é isenta de tropeços, de armadilhas, quedas e sofrimentos, para as quais se nos deixarmos guiar por Ele, sairemos ilesos e sempre com disposição para continuar.
Portanto, entregue a sua vida nas mãos Daquele que sempre quer o melhor para você, e, confiando Nele, siga seu caminho.

domingo, 5 de dezembro de 2010

O CACHORRINHO MANCO

O dono de uma loja estava colocando um anúncio na porta:
"Cachorrinhos à venda".
Esse tipo de anúncio sempre atrai as crianças, e logo um menininho apareceu na loja perguntando:
- Qual o preço dos cachorrinhos?
O dono respondeu:  - Entre R$ 30,00 e R$ 50,00.
O menininho colocou a mão em seu bolso e tirou umas moedas:
- Só tenho R$2,37. Posso vê-los???
O homem sorriu e assobiou...
De trás da loja saiu sua cachorra correndo seguida por cinco cachorrinhos. Um dos cachorrinhos estava ficando para trás.
O menininho imediatamente apontou o cachorrinho que estava mancando.
- O que aconteceu com esse cachorrinho? - perguntou.
O homem lhe explicou que quando o cachorrinho nasceu, o veterinário lhe disse que tinha uma perna defeituosa e que andaria mancando pelo resto de sua vida.
O menininho se emocionou e exclamou:
- Esse é o cachorrinho que eu quero comprar!
E o homem respondeu:
- Não, você não vai comprar esse cachorro, se você realmente o quer, eu te dou de presente.
E o menininho não gostou, e olhando direto nos olhos do homem lhe disse:
- Eu não quero que você me dê de presente. Ele vale tanto quanto os outros cachorrinhos e eu pagarei o preço completo.
Agora vou lhe dar meus R$ 2,37 e a cada mês darei R$ 0,50 até que o tenha pago por completo.
O homem respondeu: - Você não quer de verdade comprar esse cachorrinho, filho. Ele nunca será capaz de correr, saltar e brincar como os outros cachorrinhos.
O menininho se agachou e levantou a perna de sua calça paramostrar sua perna esquerda, cruelmente retorcida e inutilizada, suportada por um grande aparato de metal.
Olhou de novo ao homem e lhe disse:
Bom, eu também não posso correr muito bem, e o cachorrinho vai precisar de alguém que o entenda. O homem estava agora envergonhado e seus olhos se encheram de lágrimas...
Sorriu e disse:
Filho, só espero que cada um destes cachorrinhos tenha um dono como você!!!
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Comentário do Blog:
Na vida não importa como somos. Mas o que importa mesmo é que apreciemos o outro pelo que ele é; aceitando-o e amando-o incondicionalmente.
No mundo de hoje somos levados a gostar da beleza externa, do corpo bem formado, de quem aparenta ser importante, de quem tem muitos bens, enfim de tudo aquilo que não é o mais importante para Deus e nem deveria ser para nós.
Pois o importante em cada um de nós, não é alcançado pelos nossos olhos, mas somente pelo coração.
Aceitemos o diferente, sem precisarmos sermos diferentes, para isso. 
Um verdadeiro amigo é aquele que chega quando o resto do mundo já se foi.

A FLOR

Era uma vez uma flor ...
Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras.
Quem sabe como conseguiu crescer e ser um sinal de vida num meio inóspito e de tanta tristeza...
Passou uma jovem e ficou admirada com a flor. Logo pensou em Deus, pois só poderia ter sido Ele o autor de tanta beleza, num lugar como aquele, no meio das pedras.
Cortou a flor e a levou para sua casa.
Mas, após uma semana a flor tinha morrido.
Passou um homem, viu a flor, pensou em Deus, agradeceu e a deixou ali; não quis cortá-la para não matá-la.
Mas, dias depois, veio um sol escandante e grande secura, e a flor morreu...
Passou uma criança e achou que aquela flor era parecida com ela: bonita, mas sozinha.
Decidiu voltar todos os dias.
Um dia regou, outro dia trouxe terra, outro dia podou, depois fez um canteiro, colocou adubo, regou novamente...
Um mês depois, lá onde tinha só pedras e uma flor, havia um jardim !
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Comentário do Blog:
Às vezes queremos ajudar ao outro trazendo-o para a nossa realidade, esquecendo das suas próprias necessidades e de seus sentimentos e particularidades.
Isso, no entanto, pode prejudicar o crescimento de quem queremos ajudar.
Devemos aceitar e respeitar a individualidade de cada um, mostrando com carinho e paciência, as verdades que poderão ajudá-la no seu crescimento como pessoa, mas respeitando a sua maneira de ser.

PAIS HERÓIS...!

"Pais heróis e mães heroínas"...
Passamos boa parte da nossa existência cultivando estes estereótipos. Até que um dia o pai herói começa a passar o tempo todo sentado, resmunga baixinho e puxa uns assuntos sem pé, nem cabeça.
A heroína do lar começa a ter dificuldades para concluir frases e dá de implicar com a empregada.
O que papai e mamãe fizeram para caducar de uma hora para outra? Podem pensar os filhos mais desavisados.
Envelheceram....
É...Nossos pais envelhecem.
Ninguém havia nos preparado pra isso.
Um belo dia eles perdem o garbo, ficam mais vulneráveis e adquirem umas manias que consideramos "bobas".
Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo: agora chegou a vez deles serem cuidados e mimados por nós, nem que pra isso recorram a uma chantagenzinha emocional.
Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo, e o que não sabem eles inventam.
Não fazem mais planos a longo prazo, agora dedicam-se a pequenas aventuras, como comer escondido tudo o que o médico proibiu. Sair por aí sem dizer para onde vão. Subir em escadas sem pedir ajuda. Etc...
Estão com manchas na pele.
Ficam tristes de repente.
Mas não estão caducos. Caducos ficam os filhos, que relutam em aceitar o ciclo da vida.
É complicado aceitar que nossos heróis e heroínas já não estão no controle da situação.
Estão frágeis e um pouco esquecidos, têm este direito, mas seguimos exigindo deles a energia de uma usina.
Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo.
Ficamos irritados e alguns chegam a gritar se eles se atrapalham com o celular ou outro equipamento e ainda não temos paciência para ouvir pela milésima vez a mesma história que contam como se acabassem de tê-la vivido.
Em vez de aceitarmos com serenidade o fato de que as pessoas adotam um ritmo mais lento com o passar dos anos, simplesmente ficamos irritados por eles terem traído nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis como os super-heróis, pela vida toda.
Provocamos discussões inúteis e os enervamos com nossa insistência para que tudo siga como sempre foi.
Essa nossa intolerância só pode ser medo.
Medo de perdê-los, e medo de perdermos a nós mesmos, medo de também deixarmos de ser lúcidos e joviais.
Com todas as nossas irritações, só provocamos mais tristeza àqueles que um dia só procuraram nos dar alegrias.
Por que não conseguimos ser um pouco do que eles foram para nós?
Quantas noites estes heróis e heroínas passaram ao lado de nossa cama, medicando, cuidando e medindo febres !!
E nós ficamos irritados quando eles esquecem de tomar seus remédios, e ao brigar com eles, os deixamos chorando, tal qual crianças que fomos um dia.
É uma enrascada essa tal de passagem do tempo.
Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida, mas é difícil aceitar as etapas dos outros...
Ainda mais quando os outros são nossos alicerces, aqueles para quem sempre podíamos voltar e sabíamos que estariam com seus braços abertos, e que agora estão dando sinais de que um dia irão partir sem nós.
Façamos por eles hoje o melhor, o máximo que pudermos, para que amanhã quando eles já não estiverem mais aqui conosco...
... possamos lembrar deles com carinho, de seus sorrisos de alegria e não das lágrimas de tristeza que eles tenham derramado por nossa causa.
Afinal, nossos heróis de ontem...
Serão nossos heróis eternamente ...
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Comentário do Blog:
Sem comentários.

sábado, 27 de novembro de 2010

O BARCO

Um homem foi contratado para pintar um barco de vermelho brilhante. Trouxe consigo tinta e pincéis e iniciou a pintura. Logo notou que a tinta estava passando pelo fundo do barco, pois havia um vazamento nele. Decidiu consertá-lo antes de passar a tinta. Ao terminar o trabalho, recebeu o pagamento e se foi.
No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e presenteou-o com um cheque de grande valor. Surpreso, falou: - "O senhor já me pagou pela pintura do barco."
Ele então, disse: - "Mas isso não é pelo trabalho da pintura. É por ter consertado o vazamento do barco."
- "Foi um serviço tão pequeno que não quis cobrar. Certamente está me pagando uma quantia muito alta por algo tão insignificante!" - retrucou o pintor.
- "Meu caro amigo, você não compreendeu. Deixe-me contar-lhe o que aconteceu. Quando pedi que você pintasse o barco, esqueci-me de mencionar o vazamento. Assim que o barco secou, meus filhos o pegaram e saíram para uma pescaria. Eu não estava em casa naquele momento. Ao regressar, notei que haviam saído. Fiquei desesperado, pois me lembrei de que o barco tinha um furo. Imagine meu alívio e alegria ao vê-los retornar sãos e salvos!
Então, examinei o barco e constatei que você o havia consertado! Percebe, agora, o que fez? Salvou a vida de meus filhos! Não tenho dinheiro suficiente para pagar a sua pequena boa ação." - declarou.
Do livro: Histórias de Vida (D.Itamar Vian e Frei Aldo Colombo)
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Comentário do Blog:
A honestidade e a bondade são virtudes que devemos cultivar sempre, seja em pequenos gestos ou em pequenas ações no dia-a-dia de nossas vidas. Pois sempre estaremos ajudando alguém ou mesmo sem percebermos estaremos fazendo a felicidade de alguém, mesmo que para nós, aquilo que estivermos fazendo possa parecer sem valor ou sem motivo. Faça sempre tudo com amor, como se estivesse fazendo para Deus, seja nas pequenas coisas do seu dia-a-dia.
E nunca se esqueça: "a virtude começa onde termina o dever."

O SABONETE

Um garoto pobre, com aproximadamente 8 anos, vestido e calçado de foma humilde, entra numa loja, escolhe um sabonete comum e pede ao proprietário que o embrulhe para presente.
- "É para minha mãe", disse com orgulho.
O dono da loja ficou comovido diante da singeleza daquele presente. Olhou com piedade para seu freguês e, sentindo uma grande compaixão, teve vontade de ajudá-lo. Pensou que poderia embrulhar, com o sabonete comum, algum artigo mais significativo. Entretanto, ficou indeciso: ora olhava para o menino, ora para os artigos que tinha em sua loja.
O garoto, notando a indecisão do homem, pensou que ele estivesse duvidando de sua capacidade de pagar. Colocou a mão no bolso, retirou as moedinhas que dispunha e as colocou sobre o balcão. O atendente ficou ainda mais comovido quando viu as moedas, de valor tão insignificante. Continuava seu conflito mental. Em sua intimidade, concluíra que, se o garoto pudesse, compraria algo bem melhor para sua mãe.
Do outro lado do balcão, o menino começou a ficar ansioso. Alguma coisa parecia estar errada. Por que ele não embrulhava logo o sabonete? Ele já escolhera, pedira para embrulhar e até tinha mostrado as moedas para o pagamento. Por que a demora? Qual o problema?
Impaciente, ele perguntou: - "Moço, está faltando alguma coisa?"
- "Não", respondeu o proprietário da loja.
- "É que, de repente, me lembrei de minha mãe. Ela morreu quando eu era ainda muito jovem. Sempre quis dar um presente para ela, mas, desempregado, nunca consegui comprar nada."
Na espontanneidade de seus 8 anos, perguntou o menino: "Nem um sabonete?"
O homem se calou. Refletiu um pouco e desistiu da idéia de melhorar o presente.
Embrulhou o sabonete com o melhor papel que tinha na loja, colocou uma fita e despachou o freguês, sem responder mais nada.
Do livro: Histórias de Vida (D.Itamar Vian e Frei Aldo Colombo)

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Comentário do Blog:
Muitas vezes o valor das coisas não está em seu tamanho ou seu valor. Vale muito mais tudo aquilo que é dado ou feito com carinho e com amor. Pois qualquer gesto, com amor, transforma qualquer coisa num presente de muito valor, pois traz consigo todo o carinho e o bem-querer de quem o está ofertando.

A CRUZ E A PONTE

Era uma vez um rei muito justo e bondoso, que fazia tudo pelos súditos. Certa vez, prometeu que levaria todos os que merecessem a uma nova terra maravilhosa, onde viveriam com abundância e segurança.
Mas, para merecer tal lugar, cada habitante deveria carregar uma cruz até a terra prometida. Isso significava uma caminhada de alguns dias.
Todas as cruzes tinham o mesmo tamanho, o que causou um protesto por parte dos mais fraquinhos. Um deles, revoltado, resolveu dar um "jeitinho". Pegou a cruz e, no meio da caminhada, resolveu serrá-la, diminuindo-lhe o tamanho.
Logo depois, o grupo se deparou com uma situação que impedia a continuação da caminhada. Havia um rio com margens bem altas, íngremes e rochosas, que impedia a passagem de todos.
Nesse momento, um dos caminhantes teve a idéia de usar a cruz como ponte para atravessar o rio.
Assim, eles descobriram que o tamanho da cruz era exatamente o da distância de uma margem até a outra. Todos atravessaram o rio e continuaram a caminhada. Exceto um: aquele que deu um "jeitinho" para a cruz ficar menor; foi levado pela correnteza.
Do livro: Histórias de Vida (D.Itamar Vian e Frei Aldo Colombo)
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Comentário:
De que maneira você carrega a sua cruz? Maldizendo a vida, lamentando o tempo todo, ou, encarando as dificuldade de frente e pedindo a Deus que lhe dê forças?
A melhor maneira de se levar uma vida bem-sucedida é encarar as crises como oportunidades. Os obstáculos do caminho são pontes para o sucesso.
Muito cuidado com os "jeitinhos" porque, senão, você pode perder a sua "ponte".

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A CASA AZUL

Era uma vez uma pequena cidade chamada Fraterna. Lá vivia o garoto Teo. Certa manhã, Teo despertou cedinho gritando para todo mundo ouvir, que havia tido um sonho e que descobrira qual a solução para os problemas dos homens. Dizia ele que os problemas existiam porque os homens eram nervosos e assim não conseguiam resolver as questões mais comuns. A solução de todos os conflitos dependeria da calma dos homens.
E para que os homens tivessem calma, a fórmula era bem simples. E com Teo ela sempre funcionava.
Era assim: sempre que se exaltava um pouco ou ficava nervoso e irritado, olhava para o céu e fitava todo aquele azul (azul claro, é claro!) e logo sua paz voltava.
Daquela manhã em diante procurou convencer a todos de que, se tudo fosse pintado de azul (azul claro, é claro!), os homens não mais brigariam, pois estariam sempre tranqüilos.
E para implantar sua idéia por toda a terra habitada, resolveu escrever uma carta para cada chefe das nações mais "importantes".
Pensava Teo que se eles aceitassem seu plano de pintar tudo de azul ( azul claro, é claro!), todos os outros
paises iriam seguir o exemplo.
E a Paz no mundo certamente voltará!
E enviou as cartas.
Esperou por uma resposta às suas cartas ... e nada.
Pensou então em escrever ao Presidente do nosso país. Sim afinal é o nosso país, falamos a mesma língua. Ele me dará atenção. Escreveu, portanto, uma nova a carta, recomendando que fosse feita uma lei, determinando que tudo no nosso país fosse pintado de azul ( azul claro, é claro!).
Nosso país será exemplo para os paises mais "importantes" do mundo e eles serão exemplos para todo o mundo.
A Paz reinará na Terra afinal.
Teo esperou, esperou e... nada de resposta à sua carta. Pensou então que o nosso estado poderia servir de exemplo ao país e escreveu então uma carta ao Governador com a sua fórmula de Paz. Teo esperou, esperou, esperou e... nada de resposta à sua carta.
Pensou ainda: talvez seja mais fácil convencer o Prefeito da nossa cidade.
E escreveu assim uma última carta recomendando que tudo fosse pintado de azul (azul claro, é claro!)
Teo esperou, esperou, esperou e ... nanda de resposta à sua carta. Desanimado por ninguém dar atenção a um assunto tão importante como a Paz no mundo, Teo sentou-se à sombra de uma frondosa árvore defronte à sua casa, abaixou a cabeça e começou a chorar.
Chorou tanto que adormeceu ali.
Quando acordou, Teo olhou para sua casa do outro lado da rua. Que surpresa! Por incrível que pareça, só agora percebera, que ela era amarela! E já bem desbotada.
Levantou-se num pulo e gritou: "Isto depende de mim, de mais ninguém! Ela vai ser azul (azul claro, é claro!)
E Teo pintou e pintou. Dentro de pouco tempo a casinha já não era a mesma, parecia outra.
Estava renovada, remoçada, linda. Estava toda Azul.
Teo havia feito aquilo que dizia para os outros fazerem.
Ele estava feliz consigo mesmo.
Tinha dado início ao plano de tornar o mundo todo azul (azul claro,é claro). Sem que ninguém desse conta e sem que Teo percebesse, ele estava interferindo de uma forma muito positiva no mundo todo.
Sim, pois todos que por ali passavam, paravam, olhavam e se admiravam com a beleza da casa. E se passassem sisudos, irritados, dali partiam sorrindo. E muitas e muitas pessoas gostaram tanto daquela cor, que também pintaram suas casas.
Teo percebeu, afinal, que o mundo seria melhor se cada um fizesse tudo o que estivesse ao seu alcance fazer para viver em Paz, sem nenhuma imposição, lei ou ordem de governos.
Se todos dessem a sua contribuição, espalhasse o seu azul, tudo ficaria em Paz. Sua idéia, sem demora, pelo mundo se espalhou e se tornou tão real, que quando os astronautas vão para a lua, e de lá olham para Terra, atestam que o que se vê é uma linda esfera azul (azul claro, é claro!).
Azul da cor do céu.
Azul da cor da Paz.
Um azul, azul.
Azul claro, é claro!
Por: Paulo Riani Costa
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Comentário:
Se você também sonha com um mundo melhor, onde as pessoas vivam em harmonia, onde o equilíbrio não seja só uma palavra, mas uma ação, então faça a sua parte. Leve a Paz com Você onde quer que vá e no quer que você faça.
E que todos os seus dias sejam de Paz.

A CARDENETA VERMELHA

O carteiro entregou o telegrama.
José Roberto não  agradeceu e enquanto abria  o envelope, uma profunda ruga sulcou-lhe a testa.
Uma expressão mais de  surpresa do que de dor tomou-lhe conta do rosto.
Palavras breves e incisas: 
- Seu pai faleceu. Enterro 18horas. Mamãe.
Jose Roberto continuou parado, olhando para o vazio.
Nenhuma lágrima lhe  veio aos olhos, nenhum aperto no coração. Nada!
Era como se houvesse morrido um estranho. Por que nada  sentia pela morte do  velho?
Com um turbilhão de pensamentos confundindo-o,  avisou a esposa, tomou  o ônibus e se foi, vencendo os silenciosos quilômetros  de estrada enquanto a  cabeça girava a mil.
No íntimo, não queria ir ao funeral e, se estava indo era apenas para que a  mãe não ficasse mais amargurada.
Ela sabia que pai e  filho não se davam bem.
A coisa havia chegado ao final no dia em que, depois de mais uma chuva de acusações, José Roberto havia feito as malas e partido  prometendo nunca mais  botar os pés naquela casa.
Um emprego razoável, casamento, telefonemas à mãe pelo  Natal, Ano Novo ou  Páscoa...
Ele havia se desligado da família, não pensava no pai e a última  coisa na vida que desejava na vida era ser parecido com  ele.
O velório:  poucas pessoas.
A mãe está lá, pálida, gelada, chorosa.
Quando reviu o filho, as lágrimas  correram silenciosas, foi um abraço de desesperado silêncio.
Depois, ele viu o corpo sereno envolto por um lençol de rosas vermelho,   como as que o pai gostava de cultivar.
José Roberto não verteu uma única lágrima, o coração não pedia.
Era como estar diante de um desconhecido, um estranho, um...
O funeral: o sabiá cantando, o sol se pondo.
Ele ficou  em casa com a mãe até  a noite, beijou-a e prometeu que voltaria trazendo netos e esposa para conhecê-la.
Agora, ele poderia voltar à casa, porque  aquele que não o amava,  não estava mais lá para dar-lhe conselhos ácidos, nem para criticá-lo.
Na hora da despedida a mãe colocou-lhe algo pequeno e retangular na mão.
Há mais tempo você poderia ter recebido isto - disse. Mas, infelizmente só  depois que ele se foi eu encontrei entre os guardados mais importantes...
Foi um gesto mecânico que, minutos depois de começar a viagem, meteu a mão  no bolso e sentiu o presente.
O foco mortiço da luz do  bagageiro, revelou  uma pequena caderneta de capa vermelha.
Abriu-a curioso. Páginas amareladas. Na primeira, no alto, reconheceu a  caligrafia firme do  pai:
"Nasceu hoje o José Roberto. Quase quatro quilos!  O meu primeiro filho,  um garotão! Estou orgulhoso de ser o pai daquele que será a minha  continuação na Terra!".
À medida que folheava, devorando cada anotação, sentia um aperto na boca do estomago; mistura de dor e perplexidade, pois as imagens do passado ressurgiram firmes e atrevidas como se acabassem de acontecer!
"Hoje, meu filho foi para escola. Está um homenzinho!  Quando eu vi ele de uniforme, fiquei emocionado e desejei-lhe um futuro  cheio de sabedoria.
A vida dele será diferente da minha, que não pude estudar  por ter sido  obrigado a ajudar meu pai.
Mas para meu filho desejo o melhor. Não permitirei que a vida o castigue".
Outra página:
"Roberto me pediu uma bicicleta, meu salário não dá, mas ele  merece porque é estudioso e esforçado. Fiz um empréstimo que espero pagar  com horas extras".
José Roberto mordeu os lábios.
Lembrava-se da sua intolerância, das brigas feitas para ganhar a sonhada bicicleta. Se todos os  amigos ricos tinham uma,  por que ele também não poderia ter a sua?
"É duro para um pai castigar um filho e bem sei que ele poderá me odiar por isso; entretanto, devo educá-lo para seu próprio bem."
"Foi assim que aprendi a ser um homem honrado e esse é  o único modo que sei  de ensiná-lo".
José Roberto fechou os olhos e viu toda a cena quando por causa de uma bebedeira, tinha ido para a cadeia e naquela noite, se o pai não tivesse aparecido para impedi-lo de ir ao baile com os amigos...
Lembrava-se apenas do automóvel retorcido e manchado de  sangue que tinha  batido contra uma árvore...
Parecia ouvir sinos, o choro da cidade inteira enquanto quatro caixões seguiam lugubremente para o cemitério.
As páginas se sucediam com, ora curtas, ora longas anotações, cheias das respostas que revelam o quanto, em silêncio e amargura,  o pai o havia amado.
O "velho" escrevia de madrugada.
Momento da solidão, num grito de silêncio, porque era desse jeito que ele era, ninguém o havia ensinado a chorar e a dividir suas dores, o mundo esperava que fosse durão para que não o julgassem nem  fraco e nem covarde.
E, no entanto, agora José Roberto estava tendo a prova que, debaixo daquela  fachada de fortaleza havia um coração tão terno e cheio de amor.
A última página.
Aquela do dia em que ele havia  partido:  - "Deus, o que fiz de errado para meu filho me odiar tanto?
Por que sou considerado culpado, se nada fiz, senão tentar  transformá-lo em um homem de  bem?"
"Meu Deus, não permita que esta injustiça me atormente para sempre. Que um dia ele possa me compreender e perdoar por eu não ter sabido ser o pai que ele merecia ter."
Depois não havia mais anotações e as folhas em branco davam a idéia de que o  pai tinha morrido naquele momento, José Roberto fechou  depressa a caderneta,  o peito doía.
O coração parecia haver crescido tanto,  que lutava para escapar pela boca.
Nem viu o ônibus entrar na  rodoviária, levantou aflito e  saiu quase correndo porque precisava de ar puro para respirar.
A aurora rompia no céu e mais um dia começava.  "Honre seu pai para que os dias de sua velhice sejam tranqüilos!" - certa  vez ele tinha ouvido essa frase e jamais havia refletido na profundidade  que ela continha.
Em sua egocêntrica cegueira de  adolescente, jamais havia  parado para pensar em verdades mais profundas.
Para ele, os pais eram descartáveis e sem valor como as embalagens que são  atiradas ao lixo.
Afinal, naqueles dias de pouca reflexão tudo era juventude, saúde, beleza, musica, cor, alegria, despreocupação, vaidade.
Não era ele um semideus?
Agora, porém, o tempo o havia envelhecido, fatigado e também tornado pai aquele falso herói.
De repente.
No jogo da vida, ele era  o pai e seus atuais contestadores.
Como não havia  pensado nisso antes?
Certamente por não ter tempo, pois andava muito ocupado  com os negócios, a luta pela sobrevivência, a sede de passar fins de  semana longe da cidade  grande, a vontade de mergulhar no silêncio sem precisar dialogar com os  filhos.
Ele jamais tivera a idéia de comprar uma cadernetinha de capa vermelha para anotar uma frase sobre seus herdeiros, jamais lhe  havia passado pela cabeça escrever que tinha orgulho daqueles que continuam o seu nome.
Justamente ele, que se considerava o mais completo pai da Terra?
Uma onda de vergonha quase o prostrou por terra numa derradeira lição de  humildade.
Quis gritar, erguer procurando agarrar o  velho para sacudi-lo e  abraçá-lo, mas, encontrou apenas o vazio.
Havia uma raquítica rosa vermelha num galho no jardim de uma casa, o sol  acabava de nascer.
Então, José Roberto acariciou as  pétalas e lembrou-se da  mãozona do pai podando, adubando e cuidando com amor.
Por que nunca tinha  percebido tudo aquilo antes?
Uma lágrima brotou como o orvalho, e erguendo os olhos  para o céu dourado,  de repente, sorriu e desabafou-se numa confissão aliviadora:
"Se Deus me mandasse escolher, eu juro que não queria ter tido  outro pai que não fosse  você velho!
Obrigado por tanto amor, e me perdoe por  haver sido tão cego."
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Comentário do Blog:
E você, o que está esperando?
Já abraçou o seu pai hoje, já disse-lhe que o ama? Há quanto tempo não lhe dá um beijo?
Não espere o amanhã, pode ser tarde demais.
Converse com seu pai, toque em seu rosto, seus cabelos...
Não importa o que tenha acontecido ou como está o seu relacionamento com ele. Passe uma borracha sobre tudo isso.
Você reclama dele não demonstrar amor por você? Já pensou se ele recebeu esse amor na sua juventude, para poder compartilhar com você agora?
Depende só de você, querido jovem. Tome a iniciativa, pois para seu pai é muito mais difícil.
Aproveite a Graça que Deus te dá em tê-lo ainda com você e agradeça a Deus por isso.
Seja Feliz ao lado de sua família. Que Deus os abençoe!